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sábado, 29 de março de 2008
O Virgem de 40 anos
O Virgem de 40 anos (The 40-Year-Old Virgin), 2005. EUA. De Judd Apatow
Se eu fosse católico, mais cedo ou mais tarde teria que confessar (pois para eles, esse é um sacramento importante).
Imagino a cena.
- Pequei padre.
- Por que meu filho?
- Assisti ao filme O virgem de 40 anos.
- E daí?
- Senti vontade de matar!
- Por quê?
- Quem fez aquele filme não merece viver.
- O filme é tão ruim assim meu filho?
- É sim padre. Sabe aquela história de “loser or winner”, defesa da monogamia, culpabilização do onanismo e pornografia? Pois é, o filme é sobre tudo isso.
- Então o filme não é tão ruim assim! Pois nós acreditamos nisso!!
- Padre, o cara tem quarenta anos, nunca fez sexo, tem um quarto cheio de brinquedos, é infeliz e anti-social. Um dia seus amigos descobrem seu “segredinho” e tentam ajudá-lo a ter uma primeira transa (desculpe o palavreado padre). O cara se apaixona e cresce, isso significa: livrar dos seus brinquedos, ser promovido no trabalho e desenvolver relação estável com uma única mulher.
- Aonde você quer chegar meu filho?
- Bem padre, o sexo nessa concepção é prisão e não libertação. Amar significa seguir o American Way of Life. Isso sem falar da forma negativa como as mulheres são apresentadas.
- Mas meu filho, esse filme é extremamente conservador, exatamente o discurso que prezamos. Tem tudo a ver com nossa cabeça retrógrada.
- Padre, ele só faz sexo depois de construir uma relação estável, isso aos 40 anos!
- Deus o abençoe por isso. É bom ver que o cinema americano ainda se preocupa com os bons costumes!
É por isso que não sou católico, para não sentir culpa por desejar uma morte dolorosa para todos aqueles envolvidos com essa obra prima do pseudo-puritanismo americano.
Amém!
Cotação: Péssimo
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