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domingo, 14 de abril de 2024

Elegia da briga


Nouvelle Vague 🎬🎬

Elegia da briga (Kenka erejii), 1966. De Seijun Suzuki

Bem ao espírito dos anos 60 e 70, a Noberu Bagu (apropriação da Nouvelle Vague francesa) abordou temas importantes da conjuntura transnacional de contestação ao status quo. A década de 1960 foi o auge das revoltas estudantis e influenciou o cinema com uma forte nota provocativa. Os próprios circuitos comerciais, embora utilizados, eram colocados em suspeição.

A principal referência da Noberu Bagu é o diretor Nagisa Oshima, mas Seijun Suzuki teve um papel importante nesse movimento com sua abordagem desafiadora e suas críticas ao autoritarismo. Esse é o caso do Elegia da briga que acompanha a paixão de um estudante estudante por uma católica. Para a contenção de seus impulsos sexuais, entendida naquele contexto como fraqueza, passa a fazer parte de uma gangue. Suas brigas se tornam frequentes e violentas, possibilitando a supressão da paixão e do desejo.

Ele prefere isso:
...a isso:

O contexto é a década de 1930 com a ascensão de um militarismo fascista no Japão. Os rapazes, com traços misóginos, passam a deplorar o convívio com as moças, mas a repressão sexual revela-se a fonte de muitos transtornos. Kiroku, o personagem principal, não consegue esquecer sua amada Michiko, mas mostra-se incapaz de fugir à solidariedade grupal.

As situações são cômicas, mas seus desfechos dramáticos. Este aspecto, assim como a mudança abrupta de capítulos, traz uma certa irregularidade ao filme, porém, tudo no espírito da Noberu bagu.

Cotação: ☕☕☕☕