Senhorita Zumbi (Miss Zombie), 2013. Japão. De Yoshiki Kumazawa e Satake Kazumi.
"Devemos ter medo dos vivos, não dos mortos". Essa é uma frase que resume grande parte dos filmes de zumbis. Fido, Warm Bodies, Zombie plage são algumas das associações as quais não me esquivo em fazer.
O filme vai constituindo uma cultura necrófila com constantes violações perpetradas contra a moça zumbi. Alguém aí se lembra de “Dogville”? Lar von Trier é você que está aí meu filho?
Além disso, a casa a qual a Miss Zumbi serve possui uma arquitetura lúgubre e semelhante a uma paisagem tumular. As construções parecem monumentos mortuários, aspecto reforçado pela fotografia preta e branca com gradações fugidias e contrastada por meios tons e pelos jogos de sombra. A luz do sol não consegue atravessar as nuvens opacas realçando o conflito entre o mundo dos vivos e dos mortos. À noite a ambiência torna-se mais desolada. Algo entre uma sepultura reaberta e uma favela terceiro-mundista.
O desenvolvimento da história apresenta furos, a comunidade adapta-se rapidamente a presença da zumbi. Todo modo, a verosimilhança construída é o suficiente, pois o plano geral consegue combinar o horror das relações familiares adoecidas com a proscrição e abandono imposto a alguns seres. A partir desses elementos entende-se a promiscuidade entre os vivos e os mortos.
Cotação: ☕☕☕☕
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