Superbad - é hoje (Superbad), 2007. EUA. De Greg Motolla
Embora seja um filme sobre adolescentes e para adolescente, Superbad se revela uma produção interessante e inteligente, ainda que comprometido por algumas falhas imperdoáveis.
O ponto de partida é conhecido, dois jovens estão se formando na high-school e, antes de entrar na faculdade, querem ter a primeira relação sexual. Como é de praxe, os dois não são populares, são meio esquisitos e pouco atraentes – mas nem por isso se assemelham aos personagens “nerds” ou “losers”, também comum nesse tipo de filme.
O que ocorre é que eles são garotos, quase rapazes, mas ainda distantes de uma identidade adulta. O cômico no filme é justamente a interação entre o tímido Evan e o ativo, inusitado e egoísta Seth (que é quase uma encarnação do personagem Cartman do South Park). Para além desses dois, há outro jovem que, por vezes, rouba a sena, Fogell (mas conhecido como Fogay...). Este sim, um nerd de primeira linha, que acaba ganhando amizade de dois policiais que são mais irresponsáveis, e divertidos, do que toda a galerinha de seven-teen e six-teen years.
O filme mostra, de forma bem apropriada, como os adolescentes interpretam a vida adulta, considerando como se ela se restringisse somente a possibilidade do sexo e a liberdade de comprar a bebida onde bem entender.
O plano de Seth é simples, embriagar-se com sua amiga e tentar converter sua primeira transa. Sua objetividade só é contrariada pela inépcia de seus amigos e, claro, pela dificuldade de conseguir a bebida, que ele havia prometido a todos.
Contudo, os tempos de Porks e O Último americano virgem se foram. De modo que, no decorrer da história, vai se evidenciando os valores da virgindade, do amor, da necessidade de se conhecer melhor seu parceiro e de todo aquele chauvinismo contemporâneo.
Felizmente, o desfecho é melancólico, conseguindo capturar, como poucos filmes desse gênero foram capazes, a fugacidade desse momento de crescimento. Os rapazes percebem que suas amizades se desfarão, pois um rabo de saia é um rabo de saia. Contido e quase auto-reflexivo, Superbad é cinema para adolescentes, divertido e descontraído, mas sem resvalar nas escatologias.
Cotação: Regular
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