
Os negros americanos acham Conduzindo Miss Dayse ultrajante, Morgan Freeman surge como alguém muito auto-condescendente.
Michael Bay nunca deveria ter existido, se houvesse um código de ética no cinema ele estaria longe dos portões de Hollywood. Bem, se existisse um código de ética para o cinema acho que não teríamos Hollywood.
As comédias românticas foram criadas para satisfazer as fraquezas emocionais de adolescentes gordas de 17 anos. As razões pelas quais tal produto caiu no gosto geral ainda não são inteiramente conhecidas.
O cinema americano é capaz de tudo: explosões, combates sangrentos ou anêmicos, canibalismos, insinuações sexuais das jovens lolitas, violência realista ou caricata, pelejas, patriotismo barato, redenção de vingadores, mercantilização dos corpos feminino e masculino. O cinema americano só não é capaz de lidar com a nudez masculina, nem por 10 segundos. Há que se pensar se Hollywood não terá, um dia, que deitar no divã.
A julgar pelo cinema, a América está rodeada de inimigos. Em ordem: alemães, japoneses, russos, chineses, mexicanos e árabes. Certamente, eis o fardo do homem branco (sic).
O cinema de terror/horror está em declínio, as possibilidades de assustar, incomodar e revoltar foram diluídas e adquiriram um novo formato mais palatável aos garotos espinhentos que escutam Red Hot Chili-peppers. Não se esquecer que as loiras peitudas de 18 anos continuam presentes nesse gênero: magrinhas, indefesas e com roupinhas bem insinuantes. Ai, que clichê o imaginário masculino...
A julgar pelo cinema, a América pode contar com poucos aliados. Os únicos confiáveis são os ingleses, uma vez que os franceses não passam de uns “flosôs” (sic).
Jason X nem é tão ruim, a relação fetichista entre o nerd semi-adolescente e sua dróid é bem anos oitenta.
O cinema americano deveria se circunscrever as suas especialidades e parar de biografar os devassos notários. Contos proibidos do Marquês de Sales foi constrangedor, reduziram um pensador iluminista à insanidade. O desaparecimento de Garcia Lorca nos convence do cristianismo e do “bom-moçismo” de um aguerrido dramaturgo anarquista. O Libertino faz desejarmos a monogamia e o sexo com camisinha. Por favor, que não se dediquem às vidas de Nietzsche ou de Marx!
A sala de projeção é mágica, o momento por excelência da realização cinematográfica. Também deve comportar algo de afrodisíaco, pois os casais de namorados frequentemente confundem Cineplex com motel.