Contra a pirataria ou A família de Seu Chico
São uma família. Pai, mãe, irmão e irmã. A mãe é dona de casa, o pai recebe uns 500 reais por mês e as crianças não trabalham.
Final de semana. Todos querem ver um filme. Para chegar ao cinema, localizado em uma área central, essa família despenderá mais de 10 reais em transporte público (idêntico valor será gasto na volta). Em um Shopping (aonde mais iriam?), 28 reais será gasto na entrada dos adultos e 14 nas meio-entradas dos pequenos. Registre-se os dez reais costumeiros da pipoca e refrigerante.
Vamos por os cálculos no papel: 20 + 28 + 14 + 10 = 62 reais. O que equivale a 12% do salário do Seu Chico. Se quiserem ir ao cinema 2 vezes por mês, será 24% da renda familiar comprometida.
Ou seja, nunca vão ao cinema, o que, em tese, significaria que eles nunca teriam acesso aos filmes. Como Seu Chico (um cônscio chefe de família) faz para garantir a sétima arte aos queridos entes?
Ao sair do serviço, ele passa no camelô e compra um dvd pirata por 5 reais (ou 3 por 10), passa na padaria e compra 2 litros de refrigerante por 2 reais e, por 1 real, compra o saco de milho de pipoca.
De modo que seus gastos são os seguintes: 5 + 2 + 1 = 8 reais. O que representa cerca de 1,6% do seu salário.
A pergunta que deve ser feita é como Seu Chico tem coragem de comprar um dvd pirata? Agindo desta forma ele prejudica a dinamicidade da economia, colocando em perigo a estabilidade de toda uma rede macroeconômica. Com esse pensamento egoísta e mesquinho, ele poderá infringir um prejuízo ao cinema, por conseguinte às distribuidoras. Se todos comprassem dvds piratas, seria a própria indústria cinematográfica que entraria em colapso (como George Lucas fez questão de afirmar recentemente).
Qual é o problema com Seu Chico? Por que ele se recusa a gastar os 62 reais? Por que essa insistência em lucrar em demasia?
Nesse sentido eu só posso congratular as campanhas contra a pirataria que têm cumprido uma importante ação de esclarecimento do público. Destaque para aquele informe que nos conscientiza de que o dinheiro que circula no tráfico e terrorismo é o mesmo que roda na pirataria dos dvds.
De fato isso era algo que eu não sabia. Não podemos permitir que o dinheiro do seu Chico caia nas mãos de criminosos, ele deveria ser canalizado para empreendimentos idôneos. Ao exemplo do Shopping Cidade de Belo Horizonte, cuja amostragem de visão empresarial é colocar roletas nas portas do banheiro e cobrar 30 centavos por sua passagem.
Enquanto as autoridades públicas não tomarem as devidas ações, mais famílias como a de Seu Chico continuarão a abandonar as salas de cinema, em proveito das salas de sua própria residência. Tirando o fato de que nessas últimas o banheiro é de graça, não podemos acrescentar nenhuma outra vantagem.
Eu sou totalmente contra a pirataria. Esses piratas lucram, lucram, lucram e mais lucram. Eles pegam o cinema e o transforma em um mero produto (uai... e não é?).
Isso tem que parar, tem que parar agora. Se a pirataria de dvds for completamente erradicada (tal como o tráfico de drogas será um dia) as salas de cinema voltarão a ficar cheias.
Pelo fim dos piratas e pela hegemonia dos corsários. Qual a diferença? A diferença é que, esses últimos, supostamente, estão na legalidade.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Os Pássaros
Os Pássaros (The Bird), 1963. EUA. De Alfred Hitchcock
Desculpem-me a obviedade, mas faz algum tempo que não escrevo nesse blog e opto por recomeçar por um caminho mais fácil, isto é, por um excelente filme.
Essa semana, enquanto eu pedalava pelas paragens betinenses (usufruindo da nossa subestimada ciclovia) fui atacado por um pássaro. Ao bem da verdade, não foi um ataque, está mais para um encontrão. De qualquer forma havia um bando de aves sobrevoando e uma delas resvalou no meu capacete, quase me derrubando.
No entanto, a nuvem de pássaros, o céu nublado e o barulho do córrego me remeteram a essa obra prima de Hitchcock. Voltei para casa, assisti ao filme e decido por escrever uma ou duas palavras sobre essa produção.
Trata-se de um filme perfeito, no qual cada componente da produção cinematográfica se encaixa, revelando a diferença entre um cineasta qualquer e um grande diretor.
Como já sugeriu Antonio Moniz Vianna, o filme se inicia como uma comédia – romântica, eu acrescentaria – pois a infantil e impetuosa Melaine Daniels decide viajar 90 km para descontar uma peça da qual foi vítima, executada por Mitch Brenner, um advogado de São Francisco.
Ela chega a uma pequena cidade, chamada de Bodega Bay, uma vila marítima que provavelmente subsiste por intermédio da pesca. Inicialmente, somos apresentados a um triângulo amoroso e a uma sogra ciumenta, configurando uma situação inicial que por si só já daria um filme (mesmo que desinteressante).
Entretanto, a graciosa Melaine Daniels decidiu visitar o vilarejo no pior final de semana possível. Não há como negar que tudo parece corriqueiro, o comércio local funciona, os barcos estão no mar, e o céu se encontra em seu habitual tom cinza, revelando a beleza das cidades que dão vistas para o pacífico.
No entanto, os pássaros estão inquietos, gerando uma série de incidentes isolados, que não despertam maiores preocupações. Mas tal qual nos filmes de George Romero, o terror gradualmente ganha forma e, em pouco tempo, todo o povoado presenciará a rebelião dos pássaros, muito mais destrutiva e terrificante do que os incautos poderiam pensar.
Além do excelente do roteiro, marcado pelas suas já famosas sutilezas – seria redundante lembrar a cena em que Melaine presencia uma ave pousar atrás de si, em um brinquedo da escola? – o que mais vem à tona nesse filme é sua exatidão.
A começar pelo céu e cidade, destoando dos cenários de estúdios também utilizados nessa produção. Bodega Bay parece ter vida e seus moradores possuem os traços típicos dos interioranos: tudo é pequeno e todos conhecem todos. Destaque também para o acompanhamento musical, inexistindo música, mas só o barulho agourento das aves.
Tippi Hedren (Melaine) tem uma feição que serve ao desenvolvimento da narrativa – sua maquiagem e penteado são belíssimos (bem anos sessenta) e diferem dos rostos simples dos habitantes locais. Seu traje saiu da mente criativa de Edith Head, peça interessante: um vestido para o dia, mas facilmente adaptado para um evento noturno. Entretanto, o crítico Antonio Muniz parece não ter apreciado o trabalho da atriz ao dizer que ela seria “... ostensivamente estreante e gracekelliana por procuração discutível...”.
Tal afirmação que é discutível, pois Hedren protagoniza a personagem com a qual mais nos identificamos. Sua indisposição à inconseqüência a arrastou ao centro da insurgência dos passarídeos e devemos torcer para que ela retorne a São Francisco. Além disso, a maneira como a jovem facilmente se irrita, se infantiliza e assume a posição de mulher séria (tudo conforme a situação) dão o tom da história, oscilando entre a aparente comédia e o terror decidido.
A genialidade do filme também se sobressalta em seu desfecho, substituindo um término tradicional pela interrupção da narrativa no momento de maior suspense. Não dá nem para dizer se o final é otimista ou pessimista, mas somente que o clima de terror tenderia a aumentar.
Enfim, Os Pássaros é um genuíno exemplar hitchcockiano, criando ótima composição a partir de um tema aparentemente banal. Ninguém vê as aves como animais perigosos ou as consideram capazes de uma insurreição, mas, se você estiver distraído, elas bem que podem derrubá-lo de uma bicicleta. No entanto, isso já não é matéria para uma análise fílmica.
Observação: o livro de Antonio Moniz Vianna Citado é “Um filme por dia”, publicado pela Companhia das Letras.
P.S: e o blog continua...
Cotação: Ótimo
Desculpem-me a obviedade, mas faz algum tempo que não escrevo nesse blog e opto por recomeçar por um caminho mais fácil, isto é, por um excelente filme.
Essa semana, enquanto eu pedalava pelas paragens betinenses (usufruindo da nossa subestimada ciclovia) fui atacado por um pássaro. Ao bem da verdade, não foi um ataque, está mais para um encontrão. De qualquer forma havia um bando de aves sobrevoando e uma delas resvalou no meu capacete, quase me derrubando.
No entanto, a nuvem de pássaros, o céu nublado e o barulho do córrego me remeteram a essa obra prima de Hitchcock. Voltei para casa, assisti ao filme e decido por escrever uma ou duas palavras sobre essa produção.
Trata-se de um filme perfeito, no qual cada componente da produção cinematográfica se encaixa, revelando a diferença entre um cineasta qualquer e um grande diretor.
Como já sugeriu Antonio Moniz Vianna, o filme se inicia como uma comédia – romântica, eu acrescentaria – pois a infantil e impetuosa Melaine Daniels decide viajar 90 km para descontar uma peça da qual foi vítima, executada por Mitch Brenner, um advogado de São Francisco.
Ela chega a uma pequena cidade, chamada de Bodega Bay, uma vila marítima que provavelmente subsiste por intermédio da pesca. Inicialmente, somos apresentados a um triângulo amoroso e a uma sogra ciumenta, configurando uma situação inicial que por si só já daria um filme (mesmo que desinteressante).
Entretanto, a graciosa Melaine Daniels decidiu visitar o vilarejo no pior final de semana possível. Não há como negar que tudo parece corriqueiro, o comércio local funciona, os barcos estão no mar, e o céu se encontra em seu habitual tom cinza, revelando a beleza das cidades que dão vistas para o pacífico.
No entanto, os pássaros estão inquietos, gerando uma série de incidentes isolados, que não despertam maiores preocupações. Mas tal qual nos filmes de George Romero, o terror gradualmente ganha forma e, em pouco tempo, todo o povoado presenciará a rebelião dos pássaros, muito mais destrutiva e terrificante do que os incautos poderiam pensar.
Além do excelente do roteiro, marcado pelas suas já famosas sutilezas – seria redundante lembrar a cena em que Melaine presencia uma ave pousar atrás de si, em um brinquedo da escola? – o que mais vem à tona nesse filme é sua exatidão.
A começar pelo céu e cidade, destoando dos cenários de estúdios também utilizados nessa produção. Bodega Bay parece ter vida e seus moradores possuem os traços típicos dos interioranos: tudo é pequeno e todos conhecem todos. Destaque também para o acompanhamento musical, inexistindo música, mas só o barulho agourento das aves.
Tippi Hedren (Melaine) tem uma feição que serve ao desenvolvimento da narrativa – sua maquiagem e penteado são belíssimos (bem anos sessenta) e diferem dos rostos simples dos habitantes locais. Seu traje saiu da mente criativa de Edith Head, peça interessante: um vestido para o dia, mas facilmente adaptado para um evento noturno. Entretanto, o crítico Antonio Muniz parece não ter apreciado o trabalho da atriz ao dizer que ela seria “... ostensivamente estreante e gracekelliana por procuração discutível...”.
Tal afirmação que é discutível, pois Hedren protagoniza a personagem com a qual mais nos identificamos. Sua indisposição à inconseqüência a arrastou ao centro da insurgência dos passarídeos e devemos torcer para que ela retorne a São Francisco. Além disso, a maneira como a jovem facilmente se irrita, se infantiliza e assume a posição de mulher séria (tudo conforme a situação) dão o tom da história, oscilando entre a aparente comédia e o terror decidido.
A genialidade do filme também se sobressalta em seu desfecho, substituindo um término tradicional pela interrupção da narrativa no momento de maior suspense. Não dá nem para dizer se o final é otimista ou pessimista, mas somente que o clima de terror tenderia a aumentar.
Enfim, Os Pássaros é um genuíno exemplar hitchcockiano, criando ótima composição a partir de um tema aparentemente banal. Ninguém vê as aves como animais perigosos ou as consideram capazes de uma insurreição, mas, se você estiver distraído, elas bem que podem derrubá-lo de uma bicicleta. No entanto, isso já não é matéria para uma análise fílmica.
Observação: o livro de Antonio Moniz Vianna Citado é “Um filme por dia”, publicado pela Companhia das Letras.
P.S: e o blog continua...
Cotação: Ótimo
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Eu sou a lenda
Eu sou a lenda (I’m the legend), 2007. EUA. De Francis Lawrence
Novo complexo de cinema do Shopping Cidade. Uma longa escada me conduz até o salão principal. É tão íngreme que, por um instante, suponho estar me dirigindo ao céu. É... só se for o céu do consumismo.
A bomboniére lotada, sacos gigantes de pipocas, por todo o canto filas, não sei de onde vem e nem para onde vão. Patrícias, casaizinhos e meninões, sexta feira, Shopping Center: esse é o público alvo. Nova atualização do Panis et Circenses, mas desta vez nada é de graça, cobra-se.
Entro na sala de projeção: admirável mundo novo, tudo colossal, inclusive a imbecilidade do público. Ao meu lado um casal discute se a pronúncia correta é “áxixe” ou “ráxixe”. Eu, por minha vez, penso se o correto seria “árakiri” ou “rárakiri”...
Trailer: Batman: o Cavaleiro das Trevas – os rapazes já esfregam as mãos, ansiosos por essa nova dose de testosterona. As luzes se apagam e como diria Quantin Tarantino: agora nossa atração principal.
Aparentemente não há mais seres vivos na terra, Robert Neville (Will Smith) pode andar despreocupado. Mas ainda sim, ele insiste em correr pelas ruas em um carro veloz, tentando abater um antílope. Todos os supermercados de Nova York a sua disposição e ele teima em queimar pneu para perseguir um animal. No filme ele é o cara mais inteligente: o CIENTISTA.
A narrativa começa tropegamente, mas ganha densidade e ritmo, principalmente quando percebemos a sua habilidade em calcular os riscos e seu envolvimento com os prováveis perigos. Lá fora zumbis mutantes, famintos, que só saem a luz do luar: mistura de sangue-suga com mortos-vivos – premissa interessante... só faltou um licantropo para avacalhar de vez...
Eu sou fã do gênero, mas os filmes de zumbis já deram o que tinha de dar... Extermínio 2 (que é produção inglesa) marcou o limite, passou da hora de explorar outro filão.
Eu sou a lenda se baseia em uma série de clichês, Neville viu sua família morrer – ela amava sua mulher e filha... desde então ele se purga, na procura da cura pelo vírus. Ele se tornou cético e amargo, além de que depois de três anos isolado, uma certa tendência anti-social é inevitável.
Mas eis que surge uma coadjuvante, vinda de São Paulo, como ela conseguiu chegar a ilha de N.Y que estava com as pontes rompidas não é bem explicado (não vão me dizer que foi de navio...). De qualquer forma não há por que dá atenção para alguém que já entra em cena proselitando que “Deus tem um plano para todos nós” – vai ver que a moça era da Igreja Universal. Se Ele tem um plano para todos nós, queria saber por que ele me deixou entrar no cinema naquele dia.
Não que inexistam bons momentos no filme, o suspense é bem construído, a caracterização da cidade também é eficiente, além de pequenas nuances: será que o casal ao meu lado percebeu que havia um Van Gogh na casa de Neville?
Quanto ao desfecho nada falarei, só que é uma grande picaretagem, ao término eis que a bandeira americana novamente ressurge, povo tenaz e resistente, sempre encontrando novos meios de sobrevivência.
Na saída, mocinhas bem prendadas distribuem folhetos do Pitágoras com balas de açúcar. Publicidade direta, merchandising frontal, pois quem se submete ao enquadramento dos esquemões hollywoodianos também não estaria propenso ao achatamento intelectual dos pré-vestibulares?
Só posso responder por mim, chupei a bala e joguei fora o folheto.
Cotação: Regular
Novo complexo de cinema do Shopping Cidade. Uma longa escada me conduz até o salão principal. É tão íngreme que, por um instante, suponho estar me dirigindo ao céu. É... só se for o céu do consumismo.
A bomboniére lotada, sacos gigantes de pipocas, por todo o canto filas, não sei de onde vem e nem para onde vão. Patrícias, casaizinhos e meninões, sexta feira, Shopping Center: esse é o público alvo. Nova atualização do Panis et Circenses, mas desta vez nada é de graça, cobra-se.
Entro na sala de projeção: admirável mundo novo, tudo colossal, inclusive a imbecilidade do público. Ao meu lado um casal discute se a pronúncia correta é “áxixe” ou “ráxixe”. Eu, por minha vez, penso se o correto seria “árakiri” ou “rárakiri”...
Trailer: Batman: o Cavaleiro das Trevas – os rapazes já esfregam as mãos, ansiosos por essa nova dose de testosterona. As luzes se apagam e como diria Quantin Tarantino: agora nossa atração principal.
Aparentemente não há mais seres vivos na terra, Robert Neville (Will Smith) pode andar despreocupado. Mas ainda sim, ele insiste em correr pelas ruas em um carro veloz, tentando abater um antílope. Todos os supermercados de Nova York a sua disposição e ele teima em queimar pneu para perseguir um animal. No filme ele é o cara mais inteligente: o CIENTISTA.
A narrativa começa tropegamente, mas ganha densidade e ritmo, principalmente quando percebemos a sua habilidade em calcular os riscos e seu envolvimento com os prováveis perigos. Lá fora zumbis mutantes, famintos, que só saem a luz do luar: mistura de sangue-suga com mortos-vivos – premissa interessante... só faltou um licantropo para avacalhar de vez...
Eu sou fã do gênero, mas os filmes de zumbis já deram o que tinha de dar... Extermínio 2 (que é produção inglesa) marcou o limite, passou da hora de explorar outro filão.
Eu sou a lenda se baseia em uma série de clichês, Neville viu sua família morrer – ela amava sua mulher e filha... desde então ele se purga, na procura da cura pelo vírus. Ele se tornou cético e amargo, além de que depois de três anos isolado, uma certa tendência anti-social é inevitável.
Mas eis que surge uma coadjuvante, vinda de São Paulo, como ela conseguiu chegar a ilha de N.Y que estava com as pontes rompidas não é bem explicado (não vão me dizer que foi de navio...). De qualquer forma não há por que dá atenção para alguém que já entra em cena proselitando que “Deus tem um plano para todos nós” – vai ver que a moça era da Igreja Universal. Se Ele tem um plano para todos nós, queria saber por que ele me deixou entrar no cinema naquele dia.
Não que inexistam bons momentos no filme, o suspense é bem construído, a caracterização da cidade também é eficiente, além de pequenas nuances: será que o casal ao meu lado percebeu que havia um Van Gogh na casa de Neville?
Quanto ao desfecho nada falarei, só que é uma grande picaretagem, ao término eis que a bandeira americana novamente ressurge, povo tenaz e resistente, sempre encontrando novos meios de sobrevivência.
Na saída, mocinhas bem prendadas distribuem folhetos do Pitágoras com balas de açúcar. Publicidade direta, merchandising frontal, pois quem se submete ao enquadramento dos esquemões hollywoodianos também não estaria propenso ao achatamento intelectual dos pré-vestibulares?
Só posso responder por mim, chupei a bala e joguei fora o folheto.
Cotação: Regular
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