sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Zumbilândia


Zumbilândia (Zombieland), 2009. EUA. De Ruben Fleischer

Minha regra é Não confie nas gentis donzelas.

Os zumbis estão na moda. Se há um significado mais profundo nessa constatação que aos leitores fique a tarefa de encontrá-lo.

Digo apenas que me divirto muito com essa nova onda de filmes, repetição nem tão descarada dos mesmos jargões das demais produções hollywoodianas. O individualismo, a busca da realização romântica como objetivo supremo e a o “amadurecimento interno dos personagens” permanecem como fios da narrativa.

O mundo foi ceifado pela praga dos mortos vivos, poucos são os sobreviventes, isolados e fadados a perambularem em um mundo no qual as tarefas mais simples e corriqueiras passam a demandar tantos cuidados (ir ao banheiro público e não ser atacado se tornou uma nova regra para sobrevivência). Trata-se de uma terra de ninguém, onde as pessoas podem expressar seus lados mais obscuros e sombrios.

Ou não, pois o bom mocismo parece prevalecer, mesmo que de forma irreverente. Columbus continua sendo o mesmo patético e assustado nerd que, apesar de ter uma habilidade incomum para prever perigos e coordenar o caos (através de suas regras), não consegue resistir aos encantos da vigarista Wichita, que adora armar ciladas para o sexo não frágil, sem se importar muito com as conseqüências dos seus atos. Tudo isso em nome da autopreservação e da sua querida irmãzinha, Litle Rock.

Já Tallahassee repete o arquétipo do cara durão que desconhece o medo, mas que bem no fundo tem uma alma sensível. Apesar de corajoso e destemido, seu quase parceiro (Columbus) o arrastará para situações inusitadas, exigindo desse Crocodilo Dundee do século XXI a máxima excelência em extermínio dos zumbis.

A direção é hábil, conseguindo criar boas piadas ao explorar novos aspectos do gênero, ironias com alguns dos jargões mais característicos, não passando jamais dos limites do “irreverente mas comportadinho”. O roteiro aponta os clichês dos filmes de zumbis e até certo ponto se recusa a segui-los. No entanto, a velha cartilha da comédia romântica está presente dando um forte tom a composição. Em um mundo no qual os mortos andam, o nosso herói (Regra n. 17: Não seja um herói) parece mais interessado em se despir da sua virgindade do que respeitar as sábias regras do seu manual de sobrevivência.

O capítulo final, no qual os protagonistas enfrentam os mortos vivos em um parque de diversões, revela-se eficaz do ponto de vista dos filmes de zumbis. Trata-se da exteriorização de uma evidência: os mortos vivos deixaram de ser um gênero de horror acessível aos iniciados para cair no gosto do público geral. Nada mais apropriado do que esse cenário para o conflito derradeiro. A cantilena básica da fragilidade feminina, no entanto, é “revisitada”, mocinhas espertas, mas que precisam de cavaleiros e suas espadas para serem salvas.

O ciclo se fecha com a promessa de uma unidade familiar, mesmo que atípica. Porém, o clímax (apesar de satisfatório) não consegue rivalizar com um dos atos anteriores, quando um famoso ator hoolywoodiano é visto no bairro das celebridades, gerando umas das seqüências mais divertidas da projeção.

Desejo sutil de iconoclastia X saudosismo pelas décadas passadas. Está aí a nova fórmula desses sucessos sazonais. Zumbilândia não é perene, mas convence (confiram, por exemplo, Adventureland).

Tiros, pancadaria em cima dos mortos vivos, montanha russa, twinkies, frases de efeito e a eterna busca pelo rabo de saia. Nada faz muito sentido, e nem precisa.

Talvez Hollywood queira nos dizer que no mundo do entretenimento já aceitamos nossa condição de zumbis, passivos e não pensantes, sempre dispostos a sair do cinema com um sorriso bobo nos lábios.

Cotação: Bom.

29 de janeiro de 2010

domingo, 20 de dezembro de 2009

Atividade Paranormal


Atividade paranormal (Paranormal Activity), 2009. EUA. De Oren Peli

Ou Marmelada!

Um dos casos em que não existe filme, mas tão somente o marketing do filme.

É o faz de conta. Faz de conta que existe um filme. Faz de conta que atrás da porta tem um fantasma. Faz de conta que o filme dá medo.

Chega de câmera subjetiva e enganações baratas! Não se sabe mais fazer terror, a picaretagem é o carro chefe absoluto.

Em, A filosofia do horror, Noël Carroll mostra que o aparecimento gradual do sobrenatural é um dos enredos mais característicos do gênero, O exorcista seria o exemplo mais completo. Atividade Paranormal se baseia em uma versão simplificada dessa proposta.

Um casal desconfia que há uma entidade perambulando seus aposentos, para entender o que está acontecendo eles decidem deixar uma câmera ligada. O resultado é assustador, desde que você seja filho de um gato escaldado...

Michael, quase sempre com a câmera em suas mãos, tem uma atitude desafiadora, desconfia da existência de seu hóspede e o provoca durante vários momentos. Katie sabe que ele é real, pois desde sua infância sente-se perseguida por tal criatura.

Durante o desenvolvimento da história, entendemos que a assombração não é um espírito humano, mas um demônio. Provavelmente há uma razão para sua perseguição a Katie, talvez ela saiba o porquê, porém isso não é mostrado, apenas vemos seus prantos após ter revelado o suposto segredo ao seu companheiro.

Dentro de uma outra linha e proposta, mas com pontos em comum, Arraste-me para o inferno de Sam Raimi seria infinitamente superior, uma forma mais burlesca e muito menos cara-de-pau de representar as diatribes do maligno. Atividade paranormal não passa de uma embalagem vazia.

Embora eu não seja um psíquico, vou me arriscar em uma previsão, este tão propalado “terror da década” está destinado a um rápido esquecimento. Digamos, no momento em que escrevo a crítica, ninguém mais se lembra dele.

Assustador.

Cotação: péssimo

20 de dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

Lua Nova


Lua Nova (New Moon), 2009. EUA. De Chris Weitz

Ou Meu cachorrinho faz au-au.

Há tanta inverossimilhança em Lua Nova, e não por causa dos vampiros que brilham à luz do sol ou dos garotos de 16 anos (tão nervosinhos...) que se transformam em lobos. Mas não dá para digerir um enredo que se estrutura em torno dos sentimentos de uma adolescente de 17 anos. Se não aceitarmos aquela premissa de “sempre vou te amar” ou “não quero te perder jamais” fica difícil levar tal história a sério.

Como continuação de Crepúsculo, o novo filme tem vários desdobramentos interessantes, todos ocasionados ou suscitados pela imaturidade tipicamente juvenil de Isabella. O que não é, em si, um problema, as nossas meninas gordas e espinhentas que não arrumam namorados precisam de material para devaneios. Hollywood sente-se feliz em providenciar isso, a preços módicos claro.

É uma série que tem tudo para fazer sucesso entre as teenagers, rapazes bonitos e sarados, complicações amorosas, problemas familiares, receios, inseguranças e a menor preocupação com a vida acadêmica... Nesse sentido, mais autêntico impossível! Porém surge a questão: o que os adultos estão a fazer na sala de projeção?

[A recuperação da estética ultra-romântica]

Aparentemente, os rostos juvenis, as juras amor e as relações assexuadas capturaram o gosto do povão... No fim das contas é um filme de vampiros bem comportados, não há exageros nas cenas de violência, os draculosos sequer possuem semblantes muito ameaçadores ao não exibirem suas presas. Os personagens apenas se abraçam, se beijam ou se empurram. O sexo está ausente e a morte subentendida, de forma quase poética inclusive. Os pais podem ficar sossegados, suas filhas permanecem com as mentes castas.

Reitero que Lua Nova não é um mal filme. Não obstante as falhas insanáveis das suas premissas, a estruturação da narrativa é eficaz, ao mostrar as complicações do mundinho de Bella. Se tudo parecia ir às mil maravilhas – ou nem tanto, vide o incidente ocorrido em seu aniversário – o abandono de Edward, o namorado vampiresco, joga a garota em uma “depressão”.

Para sair desse vale de lágrimas (já que ela foi a primeira garota no mundo a levar um fora) Bella vai buscar consolo em seu amigo Jacob, residente em uma reserva indígena da cidade. As complicações aumentam quando ela descobre que Victória, a vampira do filme anterior, está em seu encalço para vingar a morte do amado, assassinado pelos outros vampiros da família Culler (grupo do qual Edward faz parte).

Bem, entre as cenas de rapazes índios sem camisa (sarados e bronzeados... ai dilícia) e as ações inconseqüentes de Bella, descobrimos que alguns índios da reserva são... suspense... lobisomens... ohhhhhhhh.

[O masculino sem camisa: faz de conta que não existe sexo]

E sim, Jacob faz parte desses pit-boys, digo woolf-boys, e após o desaparecimento de Edward ele é quem assume os encargos de proteger a jovem bela. Esta beatitude tem um curioso gosto por rapazes, ou pulguentos ou sanguessugas – digressão: o que tem de errado conosco, os rapazes normais?

Voltando: Mais curioso ainda, há um fascínio geral por essa garota pálida de 18 anos (ela faz aniversário no meio do filme), vampiros, lobisomens e rapazes da cidade, todos interessados em colocar nela suas patinhas ou garrinhas.

Se as frivolidades predominam na ambientação geral, os problemas enunciados colocam desafios sérios para a protagonista. Sua vida está em jogo, contudo seu amor cego por Edward a impele a tomar ações imprudentes e, por vários momentos, ela resvala nas mãos dos inimigos.

Além de Victória, surgem novos antagonistas, estes sim, aparentemente invencíveis, uma antiga e poderosa família de Vampiros (os Volturi). Os lobos também passam a intensificar a oposição aos Cullers, dificultando ainda mais a vida da garota.

Em Lua Nova, a dicotomia vampiro-lobisomem ganha centralidade. Os vampiros se caracterizam por uma arrogância, um desprezo pelos humanos, mas há algo de decadente neles, pois vieram do Velho Mundo, têm contra eles aquilo que chamaríamos de “o peso da história”. Já os lobisomens são animais gregários, defensores das florestas, filhos do Novo Mundo, não temem os vampiros e mantêm um comportamento territorial.

Dentro de todo este imbróglio, Bella, a bela, fica dividida entre a amizade de Jacob (o bronzeado sarado) e Edward (o magricelo pálido elegante). A estética do anabolizante ou a reciclagem do ethos romântico? Questão central para o universo feminino sub-20, só não consigo relacioná-la à sétima arte.


[O masculino sem camisa: o lobo ou o morcego? Lembrando que o morcego não é o Batman]

Uma pena que, em meio ao exibicionismo dos corpos masculinos – pois agora, o rostinho bonito não é mais o da mulher – as damas continuam passivas e dependentes da proteção dos cavaleiros encapuzados. Lua Nova só é moderno na forma, em sua essência sente-se o peso do bustiê, as virgens pálidas do romantismo permanecem. Acontece que agora elas trajam moletons bregas e namoram com bad-boys de fala macia.

Compete perguntar o que vem em seguida... isto é, além dos rituais de sacrifícios e suspiros do público... bem, a Branca de Neve já deu as caras há muito tempo, estou a espera da bruxa malvada.

Cotação: regular

05 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Noite dos Mortos Vivos


A Noite dos Mortos Vivos (Night of Livind Dead), 1968. EUA. De George Romero

Você já leu Max Weber?

Eu nunca li, ao menos não de todo. Alguns trechos, capítulos, excertos. Tudo bem, ninguém é obrigado a ler Max Weber. No entanto, não parece ser intelectualmente honesto citar um autor sem conhecê-lo: sem dúvida, muitos comentam seus textos, mas poucos, de fato, já o estudaram.

Nunca havia assistido a “obra prima” de George Romero, não obstante meu interesse pelos filmes do gênero – confesso que várias vezes citei seu estilo e sua contribuição, um tanto inadvertidamente agora reconheço. Mas parece que não estou só, há tantos equívocos já ditos sobre A Noite dos Mortos Vivos... há mesmo certa supervalorização, e quando vamos a película não há como esconder um desapontamento.

As linhas gerais permanecem (eu já havia assistido o remake da década de 1990), Barba e seu irmão vão ao cemitério visitar o túmulo do pai, mas lá são atacados por um cadavérico, o rapaz morre e a jovem se vê sozinha. Ela caminha até uma casa erma, onde irá encontrar outros sobreviventes.

O primeiro aspecto que chama a atenção é a propalada idéia de que George Romero não dá uma explicação para o aparecimento dos zumbis. Wrong! Ele dá sim, inclusive insiste nisso, não de forma clara e evidente. Mas a chave do problema está lá, comenta-se acerca de uma radiação ou poeira vinda do espaço que seria responsável por trazer a vida aos corpos recém-falecidos. Algo que Ed Wood já havia falado em Plan Nine from Outer Sapce... As barreiras entre o trash e o Cult são tênues Mr. Spock, muito tênues...

O desenvolvimento dos personagens é mais rasteiro do que se pensa, Barba fica em estado de choque e não percebe os conflitos estruturados em torno da casa – sua contribuição ao desenvolvimento da narrativa é pífia. Outro conceito difundido é o de que George Romero mostra que o perigo não só ronda o lado de fora, porém isso é feito com muito menos habilidade do que em outros trabalhos que abordaram esse tema.

As constantes transmissões televisivas (os personagens presos na casa ligam um aparelho) diminuem a sensação de caos e isolamento. A sensação de um Estado capaz de administrar o levante dos mortos é mantida, algo que enfraquece o impacto dramático. Os filmes mais recentes desenvolveram essa premissa de forma muito mais intensa, vide Extermínio ou Madrugada dos Mortos, para ficar nos exemplos mais fáceis.

Não que a intenção seja desmerecer a triologia de Romero (Despertar dos Mortos ainda não assisti), mas o culto aos seus filmes se mostra mais importante para o gênero mortos-vivos do que seus próprios filmes. Além do que suas produções recentes são constrangedoras, isso para não dizer medíocre.

Mas, há muitas boas idéias em A Noite dos Mortos Vivos, o argumento de um conflito civil está presente. Um dos protagonistas é um negro, personagem ambíguo, cujo relacionamento com Barba pode dar a entender o delineamento de um desejo sexual. Estamos falando de um ano que nos Estados Unidos ficou marcado pelas lutas raciais. Muitos cinéfilos e críticos já interpretaram as patrulhas de caçadores zumbis que aparecem nos atos finais como os equivalentes aos grupos de perseguição aos negros no sul dos Estados Unidos. Essa parece uma associação legítima, o que confere a chamada “crítica social” tipicamente presente no gênero.

O desfecho não é otimista, mas também não apocalíptico. Não há uma conclusão, mas permanece em aberto a sensação de anormalidade, de incidente.

Certamente, não é o melhor filme de zumbis já feito, mas a contribuição de A Noite dos Mortos Vivos é inegável. Exerceu influência no cinema trash americano e, curiosamente no italiano, consolidou uma concepção de filme de horror que ainda prepondera.

Com seus altos e baixos, temos um clássico, não absoluto ou indefectível, mas capaz de exercer fascínio ao espectador de hoje.

Bem, acho que já está na hora de ler Max Weber.

Cotação: Regular


30 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

Crepúsculo


Crepúsculo (Twilight), 2008. EUA. De Catherine Hardwicke

Ou Faz dodói no meu pescoço.

Prévia:

O público está em pavorosa, passei no shopping essa semana e vi uma longa fila, fazendo ângulo de 90º. Titanic ressurgiu das profundezas do oceano, mas sem o Leonardo Dicaprio. O bonitão da vez é Robert Pattinson.

Nada contra, não cabe ao crítico ditar as tendências do momento. Mas vale a pena compreender. Esses filmes nem mereceriam maiores elucubrações. Adolescentes precisam de ídolos fugazes: garotas idealizam o rapaz perfeito e os rapazes aprendem os maneirismos do rapaz perfeito.

Tudo muito simples. O que me assusta é a quantidade de adultos enfrentando horas de fila para ver algo previsível e maçante.

Bem, antes que a Lua Nova aparecesse nos céus do consumismo, tive a oportunidade de testemunhar o crepuscular do bom senso, quando o acaso me colocou diante dessa obra prima do universo teen.

Estamos no século XXI:

Fim do sábado. Calor insuportável. Estou sentado na porta da sala com uma lata de cerveja e sem camisa (a cena não é sexy, pois sou gordo e careca). Toco as moscas com a camiseta amarrada em minha mão como se fosse um chicote.

Minha sobrinha se aproxima toda saltitante dizendo “Tchau Tio”. Eu pergunto se ela vai à padaria e peço para trazer uma cerveja na volta. “Não, tipo, eu vou assistir Lua Nova tio” (frase dita ao som de Trident sendo mascado).

Só então reparo em suas roupas mui curtitas, sua maquiagem estilo “Cresci mamãe” e aquele cheiro de perfume Avon. Vejam, não que eu seja um cara mau, mas eu estava sozinho em casa e não queria ter a responsabilidade de liberá-la para esse mundo afora, tão fugidio e perigoso.

Inicia-se um debate entrecortado por cenas de choro, nas quais ela tenta me convencer que “todo mundo” vai assistir ao filme! Que é injusto. Que ela quer morrer. Que ninguém mereeeeeece. Eu abro os braços e digo, “Veja, eu não tenho a autoridade para te liberar”.

Ele corre para o quarto chorando. Digo que ela pode fazer qualquer coisa, salvo por os pés na rua. Motivado por remorsos pego um DVD pirata jogado em um canto da casa (federais, não fui eu quem comprei!) e, como forma de fazer as pazes, insiro-o no aparelho. Funciona! Assim como os marinheiros são atraídos pelo som das sereias, as adolescentes são atraídas pelo som de:

Crepúsculo:

Já vi. A mesma história. Batidíssima.

Uma garotinha com estilo pós-emo abandona seu amado Arizona para morar com o pai em uma enevoada e chuvosa cidade nos cafundós da América (Forks). Lá vemos a mesma balelice de sempre: as dificuldades de adaptação ao colégio, a dinâmica das paqueras, as amizades e os profundos dilemas existências próprios daquela parte da vida na qual sua única preocupação é ter que arrumar preocupações.

Essa garota, Isabella, percebe que em seu colégio existe um grupo de anti-sociais (uau! Que original!), distantes e blasés. Mas entre eles há um cara tão bonito, tão fofucho, tão misterioso, tão gatoso e, que perfeito, tão solteiroso!

Esse rapaz, com malhas grossas e cabelo arrepiado, tem um segredo todo especial... ele é um... [suspense] vampiro! Sim, mas um vampiro do bem, porque ele não ataca pessoas, sobrevive apenas abatendo animais – WWF, olha a contra-propaganda do inimigo...

O romance entre eles custa engrenar, até porque – temendo por sua natureza vampiresca – o jovem evita a companhia da bela Isabella. Mas o amor é irresistível, apesar das proibições e interdições, os dois jovens se apaixonam e se preparam para um grande romance.

Er... jovens não, pois Edward Cullen já tem, mais ou menos, uns cem anos, não obstante ter uma cabecinha de 15, cabecinha essa responsáveis por frases do tipo: “Não quero te machucar” ou “Se encostar nela eu te mato”.

Eduward é um dos integrantes da família Cullen, conhecida entre os índios da região pelo estranho comportamento. De fato! Vampiros que saem à luz do sol? Muito estranho! Muito estranho mesmo! De qualquer forma, durante o desenvolvimento da história fica patente o antagonismo entre os draculosos e os “apalaches”.

O romance entre os adolescentes (sic) vai bem até um novo grupo de sanguessugas chegar à cidade e, por uma razão bem pouco plausível (salvo se você tiver 17 anos e muito testosterona nas veias), decidirem perseguir a bela Isabella.

Bem, que venham os clichês: a moça fraca e burrinha que sempre se mete em perigos, salva no último instante pelo intrépido galã. Vampiros do bem, guiados providencialmente por um sábio mestre.

Ao término da projeção, minha sobrinha era só lágrimas – e olha que ela deve ter assistido essa fita pirata (que feio!) umas dez vezes. O filme não é nem de todo ruim, apenas um produto que já foi vendido nos mais variados formatos, embalados em distintos papéis de presentes.

Há que se questionar a razão para o sucesso de uma película tão choca. O fascínio por essa triologia em específico será motivo para um próximo post. Para não parecer preconceituoso assistirei Lua Nova primeiro. Irei sozinho, pois minha sobrinha não quis ir comigo, não entendi as razões, mas ouvi ela resmungar algo como “queima filme”.

Estou ansioso. Vampiros “vegetarianos” e fosforescentes. Adolescentes perdidamente apaixonadas, ressentimentos pelo baile da formatura. Habilidade de ler mentes e prever futuro, nativo-americanos com carinhas de mau. De fato, promissor.

O que virá em seguida, isto é, além dos dilemas sentimentais e baldões de pipocas?

Só faltam aparecer bruxas ou lobisomens... eh, eh, eh... lobisomens.

Cotação: fraco

22 de novembro de 2009