Por se tratar da continuação de O iluminado seria muito despropositado tecer grandes expectativas. No entanto a adaptação do novo filme de Stephen King falha miseravelmente. O terror é atenuado, sobretudo, porque Abra Stone a sucessora de Dan Torrance, a garotinha afro-americana (yep!) é muito overpower.
Em momento nenhum Abra fica
realmente em perigo, quem tateia em busca de ajuda é Dan, o outrora iluminado só manteve uma pequena parcela do seu brilho. Vagueando pelos Estados Unidos ele
tenta lidar com sua depressão e alcoolismo. O encontro dele com Abra é forçado
e muito mal explicado, resultado de uma narrativa fílmica absolutamente sem sal.
Esse, aliás, é o principal
problema do filme, uma tentativa de adaptar uma extensa obra literária em duas horas de projeção e ainda com a obrigação de fazer conexão com a história anterior.
Para além do hotel amaldiçoado,
os antagonistas são um grupo de vampiros psíquicos liderados por uma bela e
perigosa assassina. Uma criatura maligna, poderosíssima, mas que é feita de
gato e sapato por Abra Stone.
Seja como desfecho ou como obra
independente, o filme Doutor Sono é limitado. Os arcos são até interessantes,
mas explorados com excessiva pressa a fim de dar liga aos vários capítulos. Priorizar Abra em detrimento de Dan prejudica a temática do iluminado ao substituí-la por uma versão dark de Matilda (1996).