terça-feira, 23 de maio de 2017

Alien Covenant




Alien Covenant, 2017. EUA. De Ridley Scott

Conforme dito no texto inaugural da temporada de críticas 2017 há algumas recorrências que pretendo discutir nesse blog.

Um dos aspectos a serem tematizados é o “empoderamento feminino” transformado em paradigma de Hollywood. Trata-se do corolário político, agora derrotado, de que Hillary Clinton seria uma boa pedida. Significa, por outro lado, uma castração do elemento masculino, já que os personagens do sexo neo-frágil são fracos e desinteressantes.

De fato, há uma galeria de homens incapazes do agir racional. O novo capitão da nave, “homem dotado de fé”, é o melhor exemplo... Quantas saudades de um Kirk ou mesmo um Picard. Vários personagens descartáveis, incluindo aí também as femininas, povoam a narrativa, esperando o momento certo de cair nas garras espaciais (outrora consideradas inspirações de imagens fálicas). O destaque fica para a ativa cientista Daniels (interpretada por Katherine Waterston) e os “sintéticos” (androides) David e Walter, interpretados por Michael Fassbender.

Os aliens são um mero pretexto para que possamos acompanhar as desventuras de uma nave por esse sertão galáctico e o verdadeiro antagonista se esconde na relação entre o masculino arrogante e as suas criações artificiais. No entanto, é difícil compreender como exploradores espaciais podem ser tão amadores, dando-se ao luxo de agir pela fé, pela raiva e pelo impulso. Assim, cabe ao logos feminino a premência de contornar um amontoado de disparates.

Daniels é vítima da vez, não obstante seu protagonismo. As criaturas alienígenas são brutais, mas apenas isso. Nessa “franquia” há pouco espaço para o otimismo e não deixa de ser curioso que em ambiente vasto (um planeta) prevaleça o ângulo claustrofóbico.

Mesmo assim, o terror não se firma e a heroína percorre sua trajetória com um vigor desperdiçado.

Cotação: fraco

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