Sadako vs. Kayako (貞子 vs 伽椰子), 2016. Japão. De Kōji Shiraishi
Sadako
mata todos aqueles que assistem uma fita de VHS e Kayako todos os que entram em
sua casa. O que aconteceria, porém, se alguém assistisse a fita na casa de
Kayako? Adianto que não temos nenhum confronto de gigantes fantasmagóricos,
pois o encontro entre as duas criaturas simplesmente não convence.
O
Chamado e O Grito foram apropriações das versões japonesas baseadas,
por sua vez, em livros e mangás. Elas até exibem mais frescor e originalidade, porém
são menos assustadoras do que as adaptações norte-americanas, com um maior esmero gráfico e visual. A versão de O Chamado
de Gore Verbinsky, por exemplo, vale-se de uma ambiência aflitiva e de um horror
construído no detalhe, ou seja, em toda a mise-en-scène. Por sua vez, as
produções japonesas mostram-se desatentas à construção do universo fílmico.
Sadako vs. Kayako propõe um crossover das duas entidades, porém o filme enfoca mais o arco da primeira do que da segunda. Kayako e a criança Toshio (outro fantasma amaldiçoado) aparecem poucas vezes em uma trama paralela bem pouco convincente. De certa forma, o filme é da Sadako com uma ponta de Kayako.
A
trama em si é desinteressante e dada a falta de desenvolvimento dos blocos de
sequência resta apenas a sucessão de sustos e mortes de personagens secundários
(colocados ali só para morrer mesmo). Tudo muito preguiçoso, preâmbulo para o
confronto derradeiro entre as duas japonesinhas fantasmas.
No
entanto, o embate final decepciona, tremendo anticlímax. Tudo ocorre muito
rápido sem as preocupações de explorar as similitudes e as diferenças entre as duas
maldições. O desfecho pode até ser aceitável por se tratar de um filme de
terror, mas fica a sensação de que após 98 minutos nada de relevante foi exibido. Se havia alguma boa ideia nessa produção, ela não passou do título.
Assistido
em 14/07/2024.
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