terça-feira, 29 de julho de 2008

Um toque de rosa


Um toque de rosa, (Touch of Pink), 2004. Canadá. Sienna Films Inc. / Martin Pope Productions. De Ian Iqbal Rachid

Filme inteligente, embora resvale nos lugares comuns de filmes sobre homossexuais e casamentos “arranjados”.

Nesse filme temos a história do indiano Alim, um homossexual que tem como amigo imaginário ninguém menos que o espírito de Cary Crant. Alim, embora criado no Canadá, vive na Inglaterra, com seu namorado, Giles

A mãe de Alim, interpretada pela bela Suleka Mathew, sem saber da opção sexual do filho, quer que ele se case a qualquer custo. É dentro desse contexto para lá de batido que a história se desenvolve. Lembrei inclusive de Banquete de Casamento, dirigido por Ang Lee, que tem uma temática similar.

Um toque de rosa não é uma produção americana, mas sim canadense e inglesa, o que talvez tenha contribuído para umas cenas mais ousadas (se usarmos como parâmetros as produções hollywoodianas).

Os clichês estão presentes. Alguns estereótipos (não ofensivos, é importante frisar) sobre os gays, porém o que chega a ser incômodo é o lugar comum de contrapor culturas tradicionalistas (no caso os indianos) versus mundo moderno (ocidente, Inglaterra etc). A família de Alim se preocupa muito com as tradições, esquecendo o que seus membros realmente desejam. Solidariedade orgânica? Talvez.

Mas o filme é agradável, pouco humor, interpretações simples mais comedidas. Noru, mãe de Alim, é sem dúvida o segundo maior atrativo do filme.

O primeiro atrativo fica, sem pestanejar, para o fantasma de Cary Grant (interpretado por Kyle MacLachlan), vaidoso, convencido, levemente arrogante, seguro de si. Na verdade Alim projeta tudo o que deseja ser em seu amigo imaginário.

Alim é inseguro, sendo inclusive um pouco chato com suas indecisões. Falta a ele o arrojo de seu mentor imaginário, que vai a uma festa indiana vestido de Livingstone.

Sem cotação

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